sábado, 14 de agosto de 2010

Melhorar educação depende de professor, proposta pedagógica e infraestrutura, diz Unicef

 

Rafael Carneiro da Cunha

Garantir qualidade para a educação requer atividades específicas para ensino de português e matemática, formação de professores e infraestrutura para aulas e atividades. As sugestões são do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), que produziu  o relatório Caminhos do Direito de Aprender, divulgado em julho.
“A educação no Brasil é uma equação que tem muitas variáveis e que devem ser cuidadas todas ao mesmo tempo”, afirma a coordenadora de projetos de educação do Unicef no Brasil, Maria de Salete Silva, uma das responsáveis pelo relatório. O relatório analisou experiências de escolas de 26 municípios que conseguiram aumentar o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) entre 2005 e 2007.
Todas as escolas apresentadas dão prioridade à leitura e à escrita e procuram atender às necessidades específicas de cada aluno, explica Maria de Salete. Além disso, elas ofereceram programas de formação de professor e se preocuparam em criar um ambiente ideal para a aprendizagem, onde os alunos tenham prazer ao frequentar o colégio.
“Ainda tem muito professor que só tem o magistério, que não é o suficiente, por exemplo, para dar aulas nos ensinos infantil e fundamental. Em contrapartida, há também uma falha nos cursos de formação superior, pois eles não são tão próximos à realidade das escolas”, ressalta.
Maria de Salete considera que as escolas ainda precisam compreender melhor suas práticas pedagógicas, trabalhar as características culturais em que estão inseridas, aumentar a permanência do aluno no ambiente escolar e trabalhar em conjunto com município, estado e federação. “Eu acredito que a preocupação das escolas com índice abaixo da média nacional não deve ser em atingir essa média, mas ultrapassar o último índice obtido”, diz.
Um dos municípios citados no relatório é o de Barra de Santo Antônio (AL), que teve um Ideb de 2,6 em 2005 e passou para 2,7 em 2007. Apesar de ter alcançado a meta de 2007, o Unicef  reconhece que ainda falta muito para que o resultado da escola seja comemorado, pois ainda não há uma clareza da importância do Ideb.
Outro exemplo é o município de São Cristóvão (SE), cujo Ideb para os anos iniciais do ensino fundamental saltou de 2,5 em 2005 para 3,0 em 2007. Para a prefeitura é preciso envolver mais os pais e a comunidade no processo de aprendizagem, de acordo com o relatório.

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