quinta-feira, 23 de dezembro de 2010


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segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

Atividades físicas promovem bem-estar em crianças com limitações físicas

As brincadeiras no parquinho podem ser um evento desafiador para as crianças que começam a entender o significado de “fazer parte de uma turma”. Aquelas crianças com algum tipo de limitação, em especial, são impactadas ainda mais fortemente, pois ser aceito e valorizado por seus companheiros se torna algo ainda mais importante.

Atividades físicas promovem bem-estar em crianças com limitações físicasUm estudo feito por Nancy Spencer-Cavaliere, pesquisadora da Universidade de Alberta, EUA, e publicado no periódico Physical Activity Quarterly,entrevistou crianças com algum tipo de limitação física e mapeou seus sentimentos sobre a inclusão e a rejeição em atividades que incluíam recreação, jogos e algum tipo de esporte.

“As crianças eram convidadas a imaginar situações em que crianças fictícias – personagens criadas com os pesquisadores – tinham problemas parecidos com os delas”, descreve a pesquisadora. Nas histórias, o sentimento de rejeição por não serem convidadas – ou mesmo proibidas – para participar de um jogo ou brincadeira ficaram evidentes. “Isso só comprovou que esse tipo de ambiente é realmente desafiador para essas crianças, e pode influenciar no seu desenvolvimento saudável”, explica.

Até mesmo os professores se mostraram uma figura que poderia ajudar a aliviar esse sentimento de rejeição, porém as entrevistas mostraram que havia uma distância desses indivíduos quando era necessário chegar a uma resolução desse tipo de problema.

“Quando esse tipo de problema era resolvido de forma apropriada, os sentimentos relacionados pelos participantes eram de ‘legitimação’”, indica Spencer-Cavaliere. “Fazer parte do jogo ou da brincadeira trazia à tona o sentimento de que elas tinham valor”, diz.

Outro ponto importante analisado pela pesquisa foi o quanto os círculos sociais eram importantes para essas crianças. Ter alguém em quem confiar, para elas, permitia que tivessem menos preocupações com suas performances e maior foco no prazer do jogo ou da brincadeira, momentos que eram descritos como muito excepcionais e que aumentavam o sentimento de bem-estar físico e mental.

“É interessante que quando se discute inclusão, dificilmente as pessoas mencionam a educação física como algo importante”, diz a pesquisadora. “Isso pode indicar que as pessoas não consideram isso algo inclusivo ou que a inclusão seja pensada por adultos e as brincadeiras fazem parte do mundo das crianças, e apenas elas devem decidir as regras sobre esse tipo de comportamento” aponta Spencer-Cavaliere.

Esse tipo de atitude – deixar as crianças regularem as regras para brincadeiras e jogos – pode comprometer as crianças com algum tipo de limitação física, pois elas acabam dependendo de indivíduos não necessariamente maduros ao ponto de entender e promover a integração com as pessoas diferentes.

“Todas as crianças precisam se sentir incluídas, independentemente de terem ou não limitações físicas, e as escolas precisam ensinar as crianças a fazer escolhas legítimas nessa direção, experimentando variações nas atividades físicas e não se limitando a reproduzir regras preestabelecidas”, finaliza.

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com informações do Physical Activity Quarterly

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terça-feira, 7 de dezembro de 2010

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Estímulos na infância levam jovem com síndrome de down a fazer pós

Pais apostaram em exercícios e na inclusão em escolas comuns.
Hoje, aos 29 anos, Ana Carolina Fruit conquistou independência financeira.

Do G1, em São Paulo

Estímulos físicos, motores e neurológicos feitos pelos pais durante a infância da portadora de síndrome de down Ana Carolina Fruit, de Joinville, em Santa Catarina, foram decisivos para determinar o futuro da garota. Hoje, aos 29 anos, a jovem tem pós-graduação, que completou no ano passado, trabalha em uma multinacional e conquistou a independência financeira.

Com síndrome de down, Ana Carolina Fruit chegou à pós-graduaçãoAna Carolina Fruit, de 29 anos, ao lado da mãe, Gina Fruit (Foto: Jessé Giotti/A Notícia/Agência RBS)

Apaixonada por crianças, a jovem se formou em pedagogia e depois se especializou em educação infantil. Desinteressou-se pelo trabalho na área após alguns estágios. “Tem que ter paciência, lidar com os pais, que parece o mais difícil”, afirmou. Na empresa em que trabalha, Ana Carolina já passou por várias áreas e agora está no setor comercial.

Quem conversa com ela por telefone percebe uma ótima dicção e articulação perfeita entre palavras e ideias. A evolução intelectual foi fruto de intensos exercícios feitos pelos pais com a garota dos 6 aos 9 anos sob orientação médica.

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“Era uma programação bem intensa. Rastejava, engatinhava, corria. Tinha estímulo dos cinco sentidos. Dou graças a Deus”, afirmou Ana Carolina, que fazia ainda jazz e natação como atividades extracurriculares.

A rotina, que incluía exercícios motores e lúdicos, era toda voltada ao desenvolvimento da filha, segundo a mãe da jovem, Gina Fruit, de 52 anos, que abandonou o trabalho como professora de educação física para cuidar da filha. “Era cansativo e desgastante. Às vezes, ela sofria, chorava, mas depois vimos o resultado”, disse Gina.

O programa seguido por Ana Carolina foi criado nos Estados Unidos na década de 1950 pelo fisioterapeuta Glenn Doman e é desenvolvido no Brasil pelo Instituto Véras, no Rio de Janeiro. De acordo com a diretora do instituto, Conceição Véras, que é professora especializada em reabilitação, os estímulos motores e sensoriais, como contrastes luminosos, sons, contraste entre calor e frio, buscam a organização cerebral. "Entendemos a síndrome como causadora de uma desordem das funções cerebrais", disse Conceição.

Os exercícios têm alta frequência, intensidade e baixa duração. São feitos durante um a dois minutos dez a doze vezes por dia. "O propósito é ajudar a criança a ter um desenvolvimento normal, como o de qualquer criança. O programa faz com que tenha necessidade de se moviemntar", disse Conceição. O tipo de exercício a ser feito e a forma e a duração depende de cada caso. "A evolução depende da criança, do ambiente e da família", disse. O instituto cobra para desenvolver o programa com a família.

Questionada, Ana Carolina diz que as épocas da escola, que fez inteira em turmas comuns, da faculdade e da pós foram tranquilas. “Nunca percebi preconceito. Tinha um relacionamento legal com meus colegas e professores”, afirmou.

Atualmente, a jovem é independente e mora com os pais porque quer. “Ela ganha mais do que muito pai de família. Está feliz e realizada”, disse Gina.