sábado, 28 de agosto de 2010

Documento para a aprendizagem no século XXI. Um manifesto para a mudança

 

Fernando Santamaria publicou o post "Documento para el aprendizaje en el siglo XXI. Un manifiesto para el cambio". Com a sua devida autorização, cometo a minha tradução para o português:

Deixo aqui um manifesto que circulou pela rede nesses dias. Alguns dos temas já são muito conhecidos e discutidos há anos, porém já sabemos que uma coisa é a pedagogia e a teoria, outra são as práticas docentes e institucionais em algo que requer uma cultura para a mudança.  Stephen Downes e John Connell fizeram referência ao manifesto que partiu da Science Gallery.
1. Cultivar a criatividade:  colocar mais ênfase nas habilidades que ajudarão os jovens a progredir e prosperar no século XXI, tais como o pensamento crítico, resolução de problemas, aprendizagem colaborativa, adaptabilidade, iniciativa, capacidade de encontrar e analisar informação, curiosidade e imaginação.
2. Promover a aprendizagem flexível: organizar a aprendizagem em torno de projetos e estudos de curto prazo. Envolver-se no trabalho baseado em um projeto do mundo real baseado na investigação relevante e rigorosa.
3. Confiar nos alunos: promover a aprendizagem baseada no grupo e permitir que os estudantes ensinem uns aos outros. Oferecer mais alternativas sobre como  demonstrar o conhecimento e as competências, provas de aptidão, habilidade assim como memória e incluir os créditos obtidos através das atividades extra-curriculares.
4. Acabar com as avaliações finais, tudo de uma só vez: Introduzir um sistema de avaliação contínua e flexível que permita avaliar o trabalho á medida em que ele vai sendo realizado. Promover a auto-avaliação, a avaliação pelos pares e a avaliação baseada em portfólios.
5. Adotar a diversidade: Vivemos em uma sociedade diversa e multicultural. Nossas escolas deveriam refletir este fato em um currículo que leve em conta os conhecimentos prévios, as diversas opiniões e habilidades.
6. Promover o respeito mútuo: desenvolver uma cultura de respeito mútuo e a aprendizagem entre o professor e o aluno. Não uma situação de um contra trinta.
7. Investir e construir espaços de aprendizagem: adotar todo o potencial dos meios de comunicação social, tecnologias dos jogos, ambientes virtuais de aprendizagem e outras plataformas de aprendizagem alternativas.
8. Repensar o papel dos professores: permitir que os professores atuem como guias no lugar de juízes dos resultados fazendo com que seja mais fácil variar suas abordagens de acordo com as circunstâncias, com o tema e as preferências dos aprendizes.
9. Experimentar o futuro: a tecnologia e a cultura estão mudando rapidamente. Precisamos desenvolver um currículo que permita que professores e escolas respondam rapidamente ao novo conhecimento, à cultura viva e a tecnologias emergentes.
10. Classes Globais: vivemos em uma sociedade globalizada. Nosso ambiente de aprendizagem deveria refletir isso, para navegar no mundo do século XXI precisamos ser cultos em uma sociedade multicultural, saturada de maios de comunicação e altamente tecnologizada. Podemos fazer isso através de projetos colaborativos significativos com estudantes de qualquer parte do mundo.

quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Especialistas: má qualidade do ensino da matemática desestimula jovens para a engenharia

 

Alex Rodrigues
Da Agência Brasil

Em São Paulo

A má qualidade do ensino básico, principalmente na área de matemática e física, é uma das possíveis causas para o desinteresse dos alunos pelas carreiras da engenharia, área em que, segundo a CNI (Confederação Nacional da Indústria), apresenta déficit anual de 30 mil profissionais.

Segundo o professor da UFJF (Universidade Federal de Juiz de Fora) Vanderli Fava e o diretor científico da Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), Carlos Henrique Cruz, a falta de domínio dos fundamentos das duas disciplinas não só atrapalham o desempenho dos estudantes que cursam engenharia, como afasta muitos outros.

"Por uma série de problemas estruturais, os alunos dos ensino fundamental e médio não aprendem adequadamente os conceitos [da matemática e da física]. Daí resta uma mística de que estas matérias são muito difíceis e alguns estudantes acabam optando por cursos da área de humanas", disse Fava à Agência Brasil durante um evento realizado pela CNI em parceria com o IEL (Instituto Euvaldo Lodi) e com o Senai (Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial) para debater a formação dos engenheiros brasileiros.

"O ensino básico tem que formar melhor os alunos para que eles percam o medo das ciências exatas. Hoje, as universidades procuram adequar os currículos dos cursos de engenharia para dar conta das deficiências que os alunos trazem do ensino fundamental e médio", completou o professor.

O diretor científico da Fapesp, Carlos Henrique Cruz, tem opinião semelhante. "Há uma série de dificuldades para a formação de novos profissionais, mas uma das principais, a meu ver, são as deficiências do sistema educacional brasileiro. Como o país forma mal durante o ensino fundamental e médio, poucos jovens chegam a cursar uma faculdade".

Apesar de o Ideb (Índice de Desenvolvimento de Educação Básica), divulgado no início deste ano pelo MEC (Ministério da Educação), registrar uma pequena melhora, a partir de 2005, em relação ao desempenho dos estudantes dos ensinos fundamental e médio em provas de matemática, na cidade de São Paulo, a Secretaria de Educação constatou que menos da metade dos alunos da rede municipal atingem um nível considerado satisfatório para a disciplina.

Publicado em UOL Educação - 25/08/2010

domingo, 22 de agosto de 2010

Novas disciplinas podem atrapalhar aprendizado

 

Para Cláudio de Moura Castro, currículo escolar deve se concentrar nas matérias essenciais

Aretha Yarak

Disciplinas de base(Thinkstock)

A nova pilha de livros dos alunos do ensino médio brasileiro não para de crescer. Entre as últimas aquisições, estão obras sobre cultura indígena, filosofia, direitos das crianças e dos idosos e até mesmo regras de trânsito. Mas esse amontoado de conhecimento está jogando para escanteio o mais importante: as disciplinas de base, como português e matemática. E o desprestígio dessas matérias foi apontado por 68% dos brasileiros, como mostra a pesquisa Ibope/CNI Retratos da Sociedade Brasileira, divulgada nesta sexta-feira.

Os estudiosos que defendem a adoção das novas disciplinas nos currículos escolares argumentam que a prática dá aos estudantes mais condições de integrar mais áreas do saber para a compreensão do mundo que os cerca. Mas a superlotação de disciplinas na grade curricular pode, sim, prejudicar a qualidade do ensino, de acordo com Cláudio de Moura Castro, especialista em educação e colunista de VEJA. “A regra básica da educação é ensinar menos para o aluno aprender mais”, afirma Castro.

Para garantir lugar às novas matérias, por exemplo, é preciso suprimir o tempo destinado ao português e à matemática. “O currículo já é duas vezes maior do que deveria ser. Ninguém consegue aprender tudo o que é ensinado hoje em sala de aula”, diz o especialista.

Para Castro, só há um caminho para a qualificação plena do ensino nacional. “O excesso do conteúdo tem de ser retirado das apostilas e o número de disciplinas lecionadas tem de diminuir”, afirma. A regra, então, é simples e uma só: para cada disciplina que entra, uma sai. Não entram na lista de trocas, no entanto, português, matemática e ciências - consideradas essenciais. “É o conteúdo que o jovem vai usar de fato quando sair do colégio”.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Pais barram filhos deficientes em escolas comuns, aponta pesquisa

 

As barreiras que dificultam a inclusão de crianças com deficiência em escolas comuns não são apenas físicas. Muitas vezes, elas começam na própria casa, segundo reportagem deAntônio Gois e Claudia Collucci publicada na edição destas segunda-feira da Folha (íntegra somente para assinantes do jornal ou do UOL).

Silvia Zamboni/Folhapress

Kaio tem problema de locomoção e de fala. Pai conta que ele ficou "todo animado" após ser aceito na rede pública de SP

Kaio tem problema de locomoção e de fala. Pai conta que ele ficou "todo animado" após ser aceito na rede pública de SP

Segundo o texto, uma pesquisa do Ministério do Desenvolvimento Social com 190 mil famílias que recebem o Benefício de Prestação Continuada, por terem em casa criança ou jovem com deficiência, física ou intelectual, mostrou que a maioria (53%) das famílias cujas crianças não estavam na escola apontou como razão o fato de considerar que os filhos não tinham condições de aprender.

A coordenadora-geral de acompanhamento dos beneficiários, Elyria Credidio diz ainda que as dificuldades para matricular essas crianças em escolas regulares não se restringem a famílias de baixa renda. Enquanto em escolas públicas o percentual desses alunos na mesma sala que os demais chega a 70%, na rede privada, o percentual de incluídos é de apenas 8%.

sábado, 14 de agosto de 2010

Melhorar educação depende de professor, proposta pedagógica e infraestrutura, diz Unicef

 

Rafael Carneiro da Cunha

Garantir qualidade para a educação requer atividades específicas para ensino de português e matemática, formação de professores e infraestrutura para aulas e atividades. As sugestões são do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), que produziu  o relatório Caminhos do Direito de Aprender, divulgado em julho.
“A educação no Brasil é uma equação que tem muitas variáveis e que devem ser cuidadas todas ao mesmo tempo”, afirma a coordenadora de projetos de educação do Unicef no Brasil, Maria de Salete Silva, uma das responsáveis pelo relatório. O relatório analisou experiências de escolas de 26 municípios que conseguiram aumentar o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) entre 2005 e 2007.
Todas as escolas apresentadas dão prioridade à leitura e à escrita e procuram atender às necessidades específicas de cada aluno, explica Maria de Salete. Além disso, elas ofereceram programas de formação de professor e se preocuparam em criar um ambiente ideal para a aprendizagem, onde os alunos tenham prazer ao frequentar o colégio.
“Ainda tem muito professor que só tem o magistério, que não é o suficiente, por exemplo, para dar aulas nos ensinos infantil e fundamental. Em contrapartida, há também uma falha nos cursos de formação superior, pois eles não são tão próximos à realidade das escolas”, ressalta.
Maria de Salete considera que as escolas ainda precisam compreender melhor suas práticas pedagógicas, trabalhar as características culturais em que estão inseridas, aumentar a permanência do aluno no ambiente escolar e trabalhar em conjunto com município, estado e federação. “Eu acredito que a preocupação das escolas com índice abaixo da média nacional não deve ser em atingir essa média, mas ultrapassar o último índice obtido”, diz.
Um dos municípios citados no relatório é o de Barra de Santo Antônio (AL), que teve um Ideb de 2,6 em 2005 e passou para 2,7 em 2007. Apesar de ter alcançado a meta de 2007, o Unicef  reconhece que ainda falta muito para que o resultado da escola seja comemorado, pois ainda não há uma clareza da importância do Ideb.
Outro exemplo é o município de São Cristóvão (SE), cujo Ideb para os anos iniciais do ensino fundamental saltou de 2,5 em 2005 para 3,0 em 2007. Para a prefeitura é preciso envolver mais os pais e a comunidade no processo de aprendizagem, de acordo com o relatório.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

As e-drugs, novo fenômeno da internet, invadem a França

Um novo fenômeno da internet começou a ganhar força na França com o nome de "e-drugs", ou drogas digitais sonoras, com efeitos ainda desconhecidos.

As e-drugs se baseiam em um fenômeno neurológico que consiste na emissão de sons diferentes em cada ouvido e que estimula o cérebro, produzindo sensações de euforia, estados de transe ou de relaxamento.

As sessões possuem entre 15 e 30 minutos de sons que podem ser obtidos em sites especializados a preços que variam de sete a 150 euros e transmitem sensações fora do comum aos usuários.

A imagem do consumo desta "droga", por exemplo, um menino tombado na cama de seu quarto escutando música, está longe das provocadas por substâncias que fazem parte da lista de entorpecentes.

Estes produtos nasceram nos Estados Unidos, mas o sucesso e as novas tecnologias os espalharam rapidamente pelo resto do mundo, o que despertou o alerta de certos setores, apesar de alguns analistas acreditarem que não existe risco de dependência.

Fontes da missão interministerial para a luta contra as drogas e a toxicologia da França explicaram à Agência Efe que se trata de um fenômeno que não é "nem alarmante, nem emergente" e que, por enquanto, não tem motivo para ser proibido.

No entanto, as drogas digitais invadiram a França nos últimos dois meses e, por enquanto, seus efeitos são desconhecidos e não há estudos realizados sobre o assunto no país.

Especialistas em neuropsicologia observam que os sons relaxam, ajudam na concentração e são usados com fins terapêuticos para algumas doenças como o autismo.

Certas frequências podem estimular a imaginação ou a criatividade, o que poderia criar as alucinações que os consumidores afirmam ter durante ou após as sessões.

Existe um alerta sobre a possibilidade de que, com o tempo, as drogas digitais possam provocar disfunções cerebrais.

Os possíveis perigos das e-drugs não parecem preocupar os jovens, que compartilham suas experiências nas redes sociais, onde recomendam as melhores doses.

"Senti chamas em meus braços, que desciam gradualmente até os dedos dos pés, tinha a impressão de que meu braço pesava uma tonelada e um dos meus dedos estava curvado. Então comecei a me sentir muito estranho. Foi genial", relata Sugar Killer, além de dizer que viu uma tartaruga, um elefante verde e até Papai Noel nos pés de sua cama.

As drogas mais populares da rede têm nomes sugestivos como "Orgasm", "Peyote", "Marijuana" ou "Lucid Dream".

"Meu coração batia muito forte e eu tremia como um louco. Após a dose, me acalmei e parou. Respirei forte e achei que foi ótimo. Efeitos depois da dose: excitação e vontade de fazer muitas coisas. A vida é genial", diz uma usuária de apelido Larta.

As sessões são divididas por temas. Assim, é possível encontrar algumas prescritas para desenvolver a imaginação, aproveitar mais uma partida de videogame ou atividades esportivas, ou até mesmo para aumentar o prazer das relações sexuais.

"No início, nada de especial, como sempre, relaxamento muscular. Mas depois de dez minutos me senti muito bem. Tinha mais sensibilidade em minhas extremidades, e de repente tive uma ereção", comenta outro internauta.

"Comecei a escrever em inglês como um romance de verdade, as ideias fluíam pela minha cabeça. Não tive a necessidade de olhar o dicionário, as palavras vinham sozinhas. Não tinha acabado de escrever uma cena e já tinha a seguinte na cabeça", assegura Aiana.

Apesar das dúvidas sobre seu consumo, as "e-drugs" se proliferam rapidamente graças às redes sociais.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Hiperatividade acomete também as meninas

 

Déficit atenção e hiperatividade é uma doença crônica que em geral se inicia na infância e acomete até 5% da população mundial, sendo habitualmente descrita como problema de hiperatividade e impulsividade em meninos. Isso pode não ser completamente verdadeiro. Um editorial publicado no Canadá afirma que o problema também atinge jovens meninas e que em função deste mito muitas delas ficam sem diagnóstico e tratamento. Algumas particularidades ajudam a explicar esta falha. Meninas apresentam mais desatenção do que sintomas de hiperatividade, e, em geral, o quadro clínico não é tão exuberante. Mas isso não significa que elas sofram menos; mas sim que elas sofrem de um jeito diferente.

          Meninas mostram mais queixas de depressão e ansiedade, enquanto meninos apresentam mais comportamentos agressivos e impulsividade. Meninas também têm mais chance de desenvolverem desordens alimentares. Mas o autor do texto destaca que o início e a duração do problema, bem como o grau de prejuízo funcional, em particular, na escola tendem a ser iguais entre meninos e meninas. E conclui que é importante conhecer mais a fundo a relação entre o déficit de atenção e as alterações hormonais femininas decorrentes do período menstrual e da menopausa.

        Bem, em tempos de busca pela igualdade entre os sexos, descobrir que o déficit de atenção e hiperatividade é comum nas mulheres não é o melhor jeito de se igualar aos homens. Mas pelo menos é o caminho certo para ser tratada de um jeito diferente. (Sassi RB. Attention-deficit hyperactivity disorder and gender. Arch Womens Ment Health 2010;13:29-31)

Escrito por Dr. Alexandre Faisal

sábado, 7 de agosto de 2010

Como ler e-books no seu celular

 

Ler e-books  no smartphone – também conhecido como celular inteligente – pode não ser a opção mais confortável do planeta. Principalmente se a tela for pequena. Mas se você não tem um iPad, ou qualquer outro tipo de tablet, essa pode ser uma boa ideia para passar o tempo e adquirir um pouco mais de conhecimento durante o processo. O problema é que existem vários sistemas operacionais e cada um aborda o assunto de forma diferente. Veja como você pode resolver isso.

O primeiro passo é identificar o seu sistema. Se o seu smartphone é da Nokia, então o seu sistema é o Symbian. O iPhone utiliza o iOS, da Apple, enquanto diversos aparelhos usam o Google Android e o Windows. Modelos de BlackBerry, da RIM, utilizam um sistema proprietário, assim como os da LG e Samsung.

Se você não souber qual deles roda no seu celular, procure consultar a caixa e o manual. Caso esse material não esteja disponível, pergunte aos sites de busca, como Google, Bing ou Yahoo!. Basta digitar o modelo dos aparelhos e fazer uma busca pelas especificações. Uma vez identificado, basta procurar aplicativos para o seu sistema.

O Papel da Informática Educacional


Lucinéia Rodrigues

A Informática Educacional é um benefício que chegou com o intuito de facilitar o processo de ensino-aprendizagem ao mesmo tempo em que promove a inclusão dos alunos no mundo da tecnologia, fornecendo uma ferramenta altamente atrativa, pois é mais fácil “prender” a atenção dos educandos.

O saber e o conhecimento pedagógicos do professor são imprescindíveis para que o resultado seja satisfatório em relação ao efetivo aprendizado do aluno.

Por mais elaborada que seja a atividade, sabemos que a máquina jamais irá substituir o professor, porém, como ainda não existe capacitação em tecnologia para todos os profissionais que atuam na área da educação, é imprescindível a presença de um mediador de informática para solucionar problemas técnicos e para auxiliar o professor na criação de atividades específicas.

A Informática Educacional está à disposição de professores e alunos, sendo que as aulas no laboratório de informática devem ser a extensão das aulas ministradas em sala de aula.

Desta forma, o professor deve expor ao mediador de informática os conteúdos que deverão ser trabalhados, possibilitando, assim, a criação de atividades que atinjam a expectativa dele em relação ao trabalho que está sendo realizado em sala de aula, visando sanar as dificuldades enfrentadas por seus alunos.

A informática educacional aliada às práticas pedagógicas trabalha a leitura, a escrita, o raciocínio lógico, o cálculo mental ao mesmo tempo em que os alunos se familiarizam com os programas, aplicativos e softwares, sendo possível a aquisição de conhecimentos e desenvolvimento de habilidades tecnológicas.

É possível, ainda, utilizar materiais concretos e lúdicos em conjunto à informática educacional para que o aluno interiorize os conceitos que estão sendo transmitidos, pois especialmente durante os primeiros anos, na fase da alfabetização, os educandos interiorizam o conhecimento por meio do tato.

A Informática Educacional proporciona ao educando o aumento das possibilidades de desenvolvimento das habilidades educacionais, tornando as atividades realizadas pelo lúdico uma grande aliada no trabalho com a coordenação motora, desenvolvendo a atenção e o raciocínio lógico.

A Informática possibilita, ainda, a aquisição do conhecimento em relação à localização das letras no teclado e promove o correto manuseio do mouse.

Lucinéia Rodrigues - Licenciatura Plena em Pedagogia. Mediadora da Formação de Educadores do município de Taboão da Serra.

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Toda criança tem de aprender a ter hábitos saudáveis. E esse aprendizado passa pelos pais e pelo ambiente familiar.

Uma boa alimentação e hábitos saudáveis, como fazer exercícios, são imprescindíveis para um bom crescimento, um desenvolvimento correto e podem impactar significativamente na saúde e prevenir contra o desenvolvimento da obesidade em longo prazo. Além disso, os exercícios contribuem para um melhor nível de bem-estar e melhoram o rendimento escolar dessas crianças.

Exercícios o suficiente

“Crianças que se engajam em atividades físicas na 1ª infância – entre 1 e 6 anos – desenvolvem consideravelmente seu nível de motricidade”, aponta Alessandra Nabeiro, docente na área de Educação Física da Universidade de São Caetano do Sul (USCS), em São Paulo. Alessandra lembra que nessa idade as atividades físicas ideais são aquelas com fundo lúdico, sem regras muito definidas, onde não existe nível de competição nem são cobradas as chamadas “especialidades” (técnicas específicas de um jogo ou esporte).

Os benefícios desse tipo de hábito de exercícios – conjunto com uma alimentação mais saudável – contribuem para que eles se concentrem mais e consequentemente tenham menos problemas acadêmicos. Além disso, as crianças se sentirão melhor com seus corpos e desenvolverão habilidades motoras.

Os níveis de estresse também caem e a regulação das emoções se torna mais fácil em crianças que fazem atividades físicas. A autoestima aumenta, a ansiedade diminui e os sintomas de depressão dificilmente se instalam. Esses benefícios se tornam uma herança para a vida adulta desses indivíduos. (leia mais aqui )

“Apesar de não termos dados exatos sobre essa questão, notamos que muitos pais e professores relatam os benefícios sociais do engajamento em uma rotina de atividades físicas. Essas crianças se relacionam de forma mais fácil e mostram diminuição na ansiedade. Consequentemente, têm menos problemas escolares”, aponta Alessandra que também coordena a Escola de Ginástica para Crianças, projeto ligado à USCS. (leia mais aqui)

Poucas crianças fazem atividades físicas

Apenas 30% das crianças americanas entre 6 e 17 anos fazem 20 minutos de atividade física diária, diz uma pesquisa feita pela Associação Americana de Pediatras (AAP) na sigla em inglês). Uma porcentagem ainda menor chega ao ideal, ou seja, 1 hora de atividades físicas por dia de acordo com as orientações da própria AAP.

No Brasil não há dados consolidados sobre a questão, mas uma pesquisa do IBGE feita em 2009 mostrou que a obesidade infantil aumentou em 35% nos últimos 30 anos. Entre as causas possíveis para esse salto está o aumento do sedentarismo entre a população brasileira (por volta de 70% é considerada sedentária).

Benefícios para o organismo

Comendo melhor e com mais variedade, o crescimento dessas crianças é seguramente melhor e o organismo se torna mais forte contra doenças. Uma rotina de exercícios físicos ajuda a construir músculos e ossos mais fortes, além de limitar o acúmulo de gordura no corpo.

Os exercícios combinados com uma alimentação saudável também previnem contra transtornos alimentares e condições que possam se desenvolver na idade adulta como doenças do coração, diabete, pressão alta e mesmo câncer.

Pais são modelos de comportamento

O problema observado por Alessandra, entretanto, é que os pais – que são o modelo de comportamento seguido pelas crianças – nem sempre têm hábitos alimentares saudáveis. Isso se deve a vários fatores, entre eles o tempo disponível para as atividades familiares.

“Os pais, no curto espaço de tempo que têm para conviver com os filhos, podem acabar optando por não variar os alimentos consumidos e mesmo escolher alimentos industrializados, pela praticidade. Esses alimentos – entre eles os salgadinhos e os doces ou bolachas – são grandes fontes de sódio e de gorduras diversas. Mesmo aqueles que alardeiam serem livres de ‘gordura trans’ têm grandes quantidades de outros tipos de gorduras”, diz a especialista que já acompanhou crianças com problemas de pressão alta (devido ao consumo excessivo de sódio, ou seja, sal) e com índices de colesterol “ruim” (o LDL) bastante altos para a idade.

A falta de tempo, entretanto, não deve desmotivar os pais na hora de desenvolver novas maneiras de introduzir uma alimentação mais equilibrada em casa. Mesmo não abrindo mão da praticidade é possível melhorar o modo como se come em família (leia mais aqui e também aqui)

Por tudo isso é sempre bom lembrar que a rotina saudável das crianças depende do modo como os pais tratam essa questão. É bom ter em mente que:

• Comportamento dos pais é imitado pelas crianças

As crianças, de forma instintiva, imitam os hábitos dos pais. Se os pais se mostram desmotivados para fazer exercícios físicos e não indicam a necessidade de se alimentar de forma correta, os filhos muito provavelmente seguirão o mesmo tipo de padrão de comportamento. Esses hábitos ruins podem ser levados para toda a vida, atravessando várias gerações.

• Responsabilidade pela manutenção ou introdução de hábitos alimentares

Dentro de casa, as compras são feitas pelos adultos. Então se não há a introdução de novos tipos de alimentos (frutas, verduras e alimentos integrais, por exemplo) as crianças dificilmente se interessarão por esses alimentos quanto estiverem fora de casa (na escola, por exemplo). (leia mais aqui)

• Gosto é questão de família

Simplesmente introduzir um novo alimento, mas demonstrar que não gosta daquele tipo de comida, pode desmotivar os filhos a provar novos sabores. Esse tipo de problema pode se desdobrar em outros, levando até mesmo a problemas de crescimento e desenvolvimento (leia mais aqui e também aqui )

• Refeições em família ajudam a mudar os hábitos

Fazer refeições em família, ao redor da mesa, evitando distrações como a televisão, pode ser uma boa maneira de reeducar os filhos para novos hábitos alimentares. (leia mais aqui)

• Brincar também é exercício

Uma rotina de atividades físicas não precisa ser apenas baseada em praticar esportes ou competir com os filhos. Atividades lúdicas (como jogar freesbee, patinar, empinar pipa, brincar de pega-pega ou ir ao clube nadar de forma descompromissada) também são ótimas maneiras de introduzir o hábito entre os filhos. Mais importante do que os exercícios feitos é a constância dessas atividades. Ir ao parque ou a um clube alguns dias por semana é o ideal.

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por Enio Rodrigo

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terça-feira, 3 de agosto de 2010

Gêneros Textuais na Sala de Aula

Adequação e contexto

Entre as metodologias de trabalho em sala de aula, principalmente nas aulas de língua portuguesa, a abordagem dos gêneros textuais como pano de fundo é sempre muito bem-vinda.

Como sabemos, gêneros textuais são as funções de cada texto, podendo ser o telefonema, o e-mail, a carta, a bula de remédio, a lista de compras, a resenha, a conferência, o cardápio de restaurante, o outdoor, a propaganda, a charge, a aula virtual, as notícias...

Não há comunicação que não esteja devidamente caracterizada em algum gênero e há tipos textuais que estruturam cada manifestação de gênero.

Isto pode ser de fácil compreensão, pois há grandes e nítidas diferenças, por exemplo, na forma como um livro didático é estruturado e na forma como elaboramos uma receita culinária.

Estes tipos textuais são, pelo menos, cinco: narração, argumentação, instrução, exposição e descrição.

Contudo, o que todo professor precisa considerar antes de abordar os gêneros textuais é o fato que muito mais importante do que estudar as características de cada gênero e sua estrutura, é fazer com que o aluno vivencie a prática de cada gênero textual, de acordo, principalmente, com a sua realidade.

Neste ponto, é interessante o professor colocar à disposição na sala de aula o maior número possível de gêneros, pois desta forma o aluno vai perceber, na prática, qual a funcionalidade de cada um, o que certamente facilitará a construção de seu conhecimento.

Ao dispor jornais, revistas, exemplos de conversa em chats online, charge, propaganda, entre outros, o professor terá muito menos trabalho para fazer com que o aluno compreenda que a fala precisará passar por processo de adequação em todos os momentos.

Esta adequação não é apenas estrutural, mas também contextual, ou seja, todo aquele que pretende ser aceito em sua forma de falar, seja por meio de propagandas, notícias, artigos, e-mail, telefonemas e muitos outros, precisará compreender qual o contexto que envolve a comunicação e adequar sua fala a ele.

Desta maneira, o fato de a estrutura de uma comunicação em chat online ser mais desprovida de regras gramaticais e ortográficas, não é adequado que assim se proceda em conversações mais formais, mesmo que esta seja no mesmo chat que é usado, em outros momentos, informalmente.

De acordo com determinados contextos, é perfeitamente possível e correto que se use abreviações e uma linguagem mais informal. É o que ocorre com os chats.

Contudo, se o chat for usado para se conversar com alguma pessoa com um grau social/profissional superior ao do outro falante envolvido, as abreviações e a informalidade deverão ser evitadas.

Sendo assim, não é o veículo em si que deve ser foco de trabalho do professor, mas o contexto que envolve não somente o chat, mas todos os demais gêneros textuais que se desejar abordar.

O aluno precisa vivenciar a prática dos gêneros para compreender com mais eficácia a razão de sabermos dar diferentes formas às nossas falas nas mais diferentes ocasiões.

É importante compreendermos, como pais e professores, que o fato de o aluno usar abreviações ao se comunicar na internet, não faz que ele as use em outros contextos, desde que, evidentemente, ele tenha acesso às orientações sobre como adaptar sua fala em diversos gêneros e contextos.

O aluno que é bem-orientado por seu professor a respeito dos gêneros textuais e suas estruturas saberá, por exemplo, que não é conveniente escrever numa prova escrita na escola da mesma maneira que ele escreve ao mandar um e-mail para um amigo, convidando-o para uma festa, por exemplo.

Se nós introduzirmos em nossas aulas os gêneros textuais de maneira que eles consigam perceber a funcionalidade prática da língua, certamente nossos alunos conseguirão adquirir as competências necessárias para adequar a fala para o objetivo que desejar atingir, cumprindo, assim, seu papel como cidadão que fala e é ouvido dentro de seus pontos de vistas.