segunda-feira, 9 de agosto de 2010

Hiperatividade acomete também as meninas

 

Déficit atenção e hiperatividade é uma doença crônica que em geral se inicia na infância e acomete até 5% da população mundial, sendo habitualmente descrita como problema de hiperatividade e impulsividade em meninos. Isso pode não ser completamente verdadeiro. Um editorial publicado no Canadá afirma que o problema também atinge jovens meninas e que em função deste mito muitas delas ficam sem diagnóstico e tratamento. Algumas particularidades ajudam a explicar esta falha. Meninas apresentam mais desatenção do que sintomas de hiperatividade, e, em geral, o quadro clínico não é tão exuberante. Mas isso não significa que elas sofram menos; mas sim que elas sofrem de um jeito diferente.

          Meninas mostram mais queixas de depressão e ansiedade, enquanto meninos apresentam mais comportamentos agressivos e impulsividade. Meninas também têm mais chance de desenvolverem desordens alimentares. Mas o autor do texto destaca que o início e a duração do problema, bem como o grau de prejuízo funcional, em particular, na escola tendem a ser iguais entre meninos e meninas. E conclui que é importante conhecer mais a fundo a relação entre o déficit de atenção e as alterações hormonais femininas decorrentes do período menstrual e da menopausa.

        Bem, em tempos de busca pela igualdade entre os sexos, descobrir que o déficit de atenção e hiperatividade é comum nas mulheres não é o melhor jeito de se igualar aos homens. Mas pelo menos é o caminho certo para ser tratada de um jeito diferente. (Sassi RB. Attention-deficit hyperactivity disorder and gender. Arch Womens Ment Health 2010;13:29-31)

Escrito por Dr. Alexandre Faisal

Nenhum comentário: