domingo, 27 de junho de 2010

Protótipo da primeira bola com energia solar do mundo é apresentado

Thays Prado 25 de junho de 2010

A companhia taiwanesa Greendix aproveitou a Copa do Mundo para divulgar fotos da primeirabola de futebol com energia solar, ainda em desenvolvimento. A intenção da empresa é provar que não há limites para o uso dos células solares e que elas podem ser integradas a qualquer objeto do dia-a-dia. No caso da bola, os pentágonos pretos foram substituídos por células fotovoltaicas.

Graças à energia captada, atletas com deficiência visual serão beneficiados com a novidade, pois a nova bola deve contar com sensores de movimento e um dispositivo de áudio – todas as vezes em que for chutada, ela emitirá um som para que os jogadores cegos ou com baixa visão possam saber para onde ela está indo.

O blog de design verde Inhabitat ainda comentou que a bola deveria armazenar energia para ser utilizada mais tarde. Se isso realmente for possível, crianças que moram em locais onde não há eletricidade disponível poderão utilizar suas bolas de futebol como uma alternativa às perigosas lâmpadas de querosene para iluminar suas casas e ler e estudar à noite. Resta saber se o preço seria acessível a essas crianças.

Na onda de esforços por uma copa mais sustentável no Brasil, em 2014, quem sabe a bola também não seja verde?

Quem dorme até tarde não é vagabundo, diz ciência

 

Segundo neurologistas, o que essas pessoas têm é distúrbio do sono atrasado

por Bruna Bernacchio

Shutterstock

Pessoas com o gene da "verpertilidade" têm predisposição para acordar tarde

Alvo de críticas de familiares e amigos, quem gosta de ficar na cama até a hora do almoço pode ter um motivo científico para a "vagabundagem": o distúrbio do sono atrasado. O assunto foi um dos temas abordados no 6º Congresso Brasileiro do Cérebro, Comportamento e Emoções, que aconteceu recentemente em Gramado.

O organismo humano tem um ciclo diário, de modo que os níveis hormonais e a temperatura do corpo se alteram ao longo do dia e da noite. Depois do almoço, por exemplo, o corpo trabalha para fazer a digestão e, conseqüentemente, a temperatura sobe, o que pode causar sonolência. 

Quando dormimos, a temperatura do corpo diminui e começamos a produzir hormônios de crescimento. Se dormirmos durante a noite, no escuro, produzimos também um hormônio específico chamado melatonina, responsável por comandar o ciclo do sono e fazer com que sua qualidade seja melhor, que seja mais profundo.

Pessoas vespertinas, que têm o hábito de ir para a cama durante a madrugada e dormir até o meio dia, por exemplo, só irão começar a produzir seus hormônios por volta das 5 da manhã. Isso fará com que tenham dificuldade de ir para a cama mais cedo no outro dia e, consequentemente, de acordar mais cedo. É um hábito que só tende a piorar, porque a pessoa vai procurar fazer suas atividades durante o final da tarde e a noite, quando tem mais energia.

O pesquisador Luciano Ribeiro Jr. da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), especialista em sono, explica que esse distúrbio pode ser genético: "Pessoas com o gene da ‘vespertilidade’ têm predisposição para serem vespertinas. É claro que fator social e educação também podem favorecer”. Mas não se sabe ainda até que ponto o comportamento social pode influenciar o problema.

A questão, na verdade, é que o vespertino não se encaixa na rotina que consideramos normal e acaba prejudicado em muitos aspectos. O problema surge na infância. A criança prefere estudar durante a tarde e não consegue praticar muitas atividades de manhã. Na adolescência, a doença é acentuada, uma vez que os jovens tendem a sair à noite e dormir até tarde com mais frequência.

A característica vira um problema quando persiste na fase adulta. “O vespertino é aquele que já saiu da adolescência. Pessoas acima de 20 anos de idade que não conseguem se acostumar ao ritmo de vida que a maioria está acostumada”, diz Luciano. Segundo ele, cerca de 5% da população sofre do transtorno da fase atrasada do sono em diferentes graus e apenas uma pequena parcela acaba se adaptando à rotina contemporânea.

O pesquisador conta também que, além do preconceito sofrido pelos pais, professores e, mais tarde, pelos colegas de trabalho, o vespertino sofre de problemas psiquiátricos com maior frequência: depressão, bipolaridade, hiperatividade, déficit de atenção são os mais comuns. Além disso, a privação do sono profundo, quando sonhamos, faz com que a pessoa tenha maior susceptibilidade a vários problemas de saúde: no sistema nervoso, endócrino, renal, cardiovascular, imunológico, digestivo, além do comportamento sexual.

O tratamento não envolve apenas remédios indutores do sono, como se fosse uma insônia comum. É necessária uma terapia comportamental complexa, numa tentativa de mudar o hábito, procurando antecipar o horário do sono. Envolve estímulo de luz, atividades físicas durante a manhã e principalmente um trabalho de reeducação.

E as pessoas que têm o hábito de acordar às 4 ou 5 horas da manhã? “O lado oposto do vespertino é o que a gente chama de avanço de fase. Só que esse não tem o problema maior no sentido social. Ele está mais adaptado aos ritmos sociais e profissionais. Os meus pacientes deste tipo têm orgulho, já ouvi mais de uma vez eles dizendo ‘Deus ajuda quem cedo madruga’”, diz o neurologista.

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Previsão do futuro: o que atletas de elite tem que você não tem.

Ao ver um jogador de basquete fazendo um lance livre, você conseguiria dizer, só pelos seus movimentos iniciais, se ele vai acertar a cesta? Provavelmente não. Treinadores e jornalistas esportivos até conseguem prever o resultado de alguns lances. Mas, segundo um estudo publicado na revista Nature Neuroscience em 2008, jogadores profissionais preveem com bastante acurácia o resultado desses lances.

No estudo, jogadores profissionais, treinadores ou jornalistas esportivos e iniciantes assistiram a clipes de lances livres, editados previamente para que só mostrassem o lance até um certo ponto do movimento. A tarefa dos participantes era decidir o destino da bola: ela “entra”, “não entra”, ou o participante não conseguia decidir.

Uma pessoa que tentasse adivinhar sem nenhuma base o destino da bola deveria acertar se ela entra ou não na cesta 50% das vezes, em média. Os jogadores de elite acertaram suas predições em 67% das vezes, mas treinadores e jornalistas esportivos e o grupo dos iniciantes somente acertaram 44% e 40% dos lances, respectivamente. Se treinadores passam tanto tempo quanto os jogadores que eles treinam acompanhando bolas voando em direção à cesta, por que somente os jogadores conseguem antecipar o resultado dos lances?

A diferença está na capacidade dos jogadores de elite de prever rapidamente o destino da bola - o que é de se esperar pela exigência de decisões rápidas neste jogo frenético. Ao assistir a clipes mais curtos em que a bola não chegava a sair das mãos do jogador, os iniciantes nem arriscavam um palpite sobre se a bola entraria ou não, enquanto jogadores, treinadores e jornalistas esportivos já tinham uma opinião formada. Mas somente os jogadores de elite é que acertavam suas predições: provavelmente, somente eles conseguem “ler” fluentemente os padrões de movimento corporal de outros jogadores, como por exemplo a cinética das pernas na hora do impulso e a flexão dos dedos das mãos- mais especificamente o dedo mindinho, segundo os pesquisadores - na hora em que a bola deixava o jogador.

Enquanto observavam os lances, as fibras nervosas que ligam o córtex motor aos músculos ficavam mais ativas nos jogadores e nos expectadores experientes do que nos iniciantes. Mas tal ativação só ocorria ao assistir a cenas do esporte em que eram especialistas (no caso, basquete); vídeos de chutes a gol não provocavam efeitos. Ao observar uma ação na qual são especialistas, portanto, o córtex cerebral aparentemente é capaz de simular essa ação - o que talvez ajude a permitir aos jogadores acertar mais frequentemente o desfecho do movimento observado (muito importante quando a vitória do seu time está em jogo!).

Curiosamente, somente os jogadores profissionais mostravam ainda uma ativação muscular mais acentuada ao ver a bola deixar as mãos do jogador e prever (acertadamente) que ela não entraria na cesta. Somente os jogadores profissionais é que sentem na pele, ou melhor, na mão, quando uma bola em lançamento terá um destino fracassado! (PfMRI, 01/5/2010)

Fonte: Aglioti SM, Cesari P, Romani M & Urgesi C (2008) Action anticipation and motor resonance in elite basketball players. Nature Neuroscience 11(9): 1109 - 1116.

Aulas digitais reforçam ensino na rede municipal

 

Os alunos do Rio serão os primeiros do País a ter aulas digitais no currículo, com ferramenta que promete revolucionar as técnicas de ensino. Batizado de Educopédia, o programa, aprovado pelo Ministério da Educação (MEC), permite que estudantes acessem na Internet o conteúdo das disciplinas que será ensinado em todo o bimestre.

Alguns temas foram desenvolvidos de modo que o aluno possa aprender por jogos de computador, animação e vídeos. Teste-piloto começa em 15 de agosto nas 1.064 escolas da rede, em todas as séries.

No município, a Educopédia consiste em página na Internet onde alunos e professores terão acesso, dentro e fora de aula, a lições, exercícios e outras atividades interativas, como fóruns de discussões e blogs. Estudantes postarão dúvidas e dicas e mestres usarão o espaço para esclarecimentos.

Em sala de aula, serão 32 lições digitais por ano - oito por bimestre - projetadas com uso de computador. Em casa, na LAN-house ou escola, o estudante, com login e senha, poderá entrar no site e escolher série, disciplina e conteúdo. Este ano, só as disciplinas Português e Matemática serão oferecidas.

Para 2011, alunos dos 7º, 8º e 9º anos terão todas as matérias em versão digital. Em aulas de Ciências ou Geografia, o sistema solar, por exemplo, poderá ganhar imagem animada.

"Os alunos não vão precisar esperar a aula do professor. Quem quiser adiantar a matéria, terá condições de fazer isso", explicou a secretária municipal, Claudia Costin, palestrante da Interdidática 2010.

A interatividade é a aposta da Educopédia para que o ensino se torne mais atrativo. Ao fazer um exercício, o aluno não só poderá fazer a correção como também descobrir onde errou. "A intenção é que seja uma aula autoexplicativa e que se possa desenvolver no aluno o autodidatismo", afirmou o subsecretário municipal de Projetos Estratégicos, Rafael Parente.

As aulas foram elaboradas por 90 professores municipais e da UFRJ. Eles recebem bolsa mensal de R$ 900 do MEC.

terça-feira, 22 de junho de 2010

Lançado programa Biblioteca do Professor com 6 milhões de livros

Lançado programa Biblioteca do Professor com 6 milhões de livros

Os professores da educação básica pública terão agora livros específicos para eles. É o Programa Nacional Biblioteca da Escola – acervo do professor criado pelo Ministério da Educação. O programa vai fornecer material de apoio teórico e metodológico para o trabalho do professor em sala de aula e contribuir como ferramenta para o planejamento de suas aulas.

A biblioteca contará com 154 títulos que compõem acervos a serem distribuídos por categorias. São 53 títulos para os anos iniciais do ensino fundamental; 39 para os anos finais do ensino fundamental; 45 para o ensino médio e educação de jovens e adultos; e 17 para os anos iniciais e finais do ensino fundamental da educação de jovens e adultos.

Os livros abordam conteúdos sobre alfabetização, língua portuguesa, matemática, história, geografia, ciências, física, química, biologia, filosofia, sociologia, artes, educação física, inglês e espanhol. Serão distribuídos seis milhões de títulos para os professores das escolas públicas das 27 unidades da Federação. O investimento na Biblioteca do Professor é de R$ 78 milhões.

Confira a relação dos títulos.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Brinquedoteca Virtual: Uma análise crítica de um recurso educativo


Gisele Aparecida da Gama

Gisele Aparecida da Gama é Pedagoga, especialista nas áreas de psicopedagia e psicomotricidade. Atua na área da educação há 10 anos, destes, atualmente está há 5 anos na coordenação do Programa Ambiental Interativo Semente do Amanhã da Rede Municipal de Ensino de Guaratinguetá e leciona há 2 anos para alunos do 3º ano do Ensino Fundamental I no Instituto Nossa Senhora do Carmo.

RESUMO: O artigo apresentará a importância do uso das novas tecnologias na educação, através de uma brinquedoteca virtual. Refletirá também sobre as mudanças do brincar nos tempos, além de oferecer subsídios para uma melhor análise desta ferramenta nos mundos atuais.

PALAVRAS CHAVES: Brinquidoteca virtual – novas tecnologias – educação – brincar

Atualmente vivemos em um mundo de informações e imagens. Em tudo o que nos rodeia encontramos idéias e mensagens variadas que nos mostram o mundo. Nesse universo encontramos a era digital que de maneira determinante vem contribuindo para o avanço de diversas áreas, entre elas a educação.

Um outro ponto determinante a se destacar nessa era digital é a importância de nossas crianças brincarem, explorarem e desenvolverem a imaginação. O brincar é uma atividade livre e espontânea e tem como um de seus recursos o brinquedo.

A experiência do brincar cruza diferentes tempos e espaços, e, marca ao mesmo tempo uma continuidade e significativas mudanças históricas. A criança, pelo fato de se situar em um contexto histórico e social, incorpora, cria e recria experiências vivenciadas, a partir das relações com o outro e com os objetos explorados.

Segundo Borba (apud Vygotsky, 1987), “o brincar é uma atividade humana criadora, na qual imaginação, fantasia e realidade interagem na produção de novas possibilidades de interpretação, de expressão e de ação pelas crianças, assim como de novas formas de construir relações sociais com outros sujeitos, crianças e adultos”. Neste sentido, a criança de um lado reproduz e representa o mundo por meio das situações criadas nas atividades de brincadeiras, por outro, essa reprodução não se faz passivamente, mas mediante um processo ativo de reinterpretação de mundo, permitindo a invenção e a produção de novos significados e saberes.

Levando em consideração o século XXI, que a cada dia vem marcado por violência, desastres e grandes avanços tecnológicos, imaginemos: Onde nossas crianças irão brincar? A cada dia as tecnologias da informação estão mais e mais avançadas, despertando o interesse desta nova geração. Precisamos garantir que estas crianças conquistem um espaço representativo, mesmo que virtual, onde ela possa ampliar e organizar seus pensamentos e ideias.

Neste ponto, sentimos o quanto as brinquedotecas virtuais estão carentes de criatividade e pouco exploram as habilidades e potencialidades de nossas crianças.
As brincadeiras fazem parte do patrimônio lúdico-cultural, traduzindo valores, costumes, formas de pensamento e ensinamentos. Durante todo este tempo de evolução do ser humano, algumas mudanças ocorreram no brincar de nossas crianças, ora por falta de espaço, falta de tempo, ora por falta de oportunidades. E a preocupação de resgatar o espaço das brincadeiras na vida das crianças nos tem levado a cada vez mais estudar e buscar algumas soluções que nos auxiliem e ao mesmo tempo, contribuam com a formação delas.

A brinquedoteca virtual é um espaço privilegiado para o aprendizado e aperfeiçoamento das habilidades cognitivas e motoras da criança, além de ser um espaço virtual que pode ser uma ferramenta bastante útil na educação.

Nosso grande objetivo é mostrar o quanto a brinquedoteca virtual pode ser utilizada como um recurso educativo pelos professores e que desperte nas crianças, o gosto pelas atividades virtuais.

Analisando e percebendo o grande interesse que nossas crianças têm diante das novas tecnologias, a brinquedoteca virtual pode ser uma grande ferramenta pedagógica como forma de dinamizar o processo ensino aprendizagem, explorando a criatividade através de cantos educativos:

1 - Canto do Faz de Conta: com fantasias e um grande palco os personagens entram nesse mundo do faz de conta com o objetivo de se vestirem e criarem diversas histórias.

2 - Canto da Leitura: local onde os personagens entrarão com o objetivo de ler, conhecer diversas histórias e se possível, criar de forma escrita o final para tais histórias.

3 - Canto dos jogos: ambiente com jogos que desenvolvam o raciocínio lógico matemático.

4- Canto da música: é o grande momento das crianças serem cantores e compositores musicais.

5 - Canto da criatividade: a criança se sente o criador de sua arte, neste ambiente a criança desenha, pinta, monta imagens, etc.

Propondo uma brinquedoteca virtual com base no desenvolvimento cognitivo de nossas crianças, sentiremos o quanto poderão se desenvolver. Tais propostas mostram claramente o desenvolvimento no processo de alfabetização e letramento, conceitos matemáticos, além de aperfeiçoar seu cálculo mental, proporciona e explora a criatividade.  Unir dois pontos: brincar e as tecnologias atuais, nos permitirão refletir sobre nossa conduta e propor novas experiências e vivências produtivas as nossas crianças.

Segundo Cunha (1988, p. 09), “O brincar é uma arte, um dom natural que quando bem cultivado, irá contribuir, no futuro, para a eficiência e o equilíbrio do adulto”. É com esta preocupação que acreditamos contribuir no trabalho dos educadores para que tenham um olhar crítico diante dos materiais oferecidos no ambiente virtual, neste caso, a brinquedoteca virtual, além de um material rico, que os sensibilize sobre a importância do brincar através do uso das tecnologias, reconhecendo que temos em nossas escolas um recurso fabuloso, de forma que, bem orientado e estruturado conseguiremos colher excelentes resultados.

REFERÊNCIAS:

ENSINO FUNDAMENTAL DE 9 ANOS: orientações para inclusão da crianças de seis anos de idade. Ministério da Educação e do Desporto. Brasília: MEC/ SEF, 2007.

CUNHA, Nylse Helena da Silva. Brinquedo, desafio e descoberta: subsídios para utilização e confecção de brinquedos. Rio de Janeiro: FAE, 1988.

GASPERETTI, Marco. Computador na educação. São Paulo: editora Esfera, 2001.

SEVERINO, Antônio Joaquim. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Cortez editora, 2000.

SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêneros. Belo Horizonte: Autêntica, 1998.

sábado, 19 de junho de 2010

Estudo mostra que não temos consciência da proporção de nosso corpo

por Katherine Harmon

O cérebro, por exemplo, percebe as mãos mais curtas do que realmente são

Você conhece algo como a palma de sua mão?

Para se dar bem na vida, as pessoas precisam ter um bom senso do espaço que seu corpo ocupa. Essa noção de espaço nos ajuda a coordenar nossas atividades, como jogar futebol ou brincar com um carrinho de controle remoto. Mas isso não significa que nosso cérebro tem um senso perfeito de proporções do nosso corpo. Um novo estudo descobriu que as pessoas tendem a ser imprecisas nas proporções das próprias mãos.
Quando pesquisadores pediram para voluntários de um estudo para estimar onde as pontas dos dedos encostariam, todos erraram, supondo que suas mãos eram mais curtas do que realmente são. Os resultados fazem parte do estudo conduzido por Mateus Longo, do Instituto de Neurociência Cognitiva da University College London publicado no dia 14 de junho na National Academy of Sciences.
Ele e o coautor do estudo, Patrick Haggard, realizaram uma experiência em que o voluntário deveria colocar sua mão esquerda sobre uma plataforma iluminada, mas com suas mãos no escuro. Em média, os voluntários acharam que suas mãos eram 27,9% menores do que realmente são.
Em outro teste, exibiram aos voluntários diversas fotografias de mãos, pedindo que identificassem qual era a sua. "Conhecemos realmente nossa mão e os participantes foram precisos em escolher a fotografia da própria mão”, disse Longo. "Temos claramente uma imagem consciente do corpo, mas ela não parece ser usada para o senso de posição do corpo”.
Os pesquisadores especularam que essas desproporções podem ocorrer em outras partes do corpo também. "Esses resultados podem ser relevantes para condições psiquiátricas envolvendo a imagem corporal, como anorexia, por exemplo, quando a pessoa pensa que seu corpo é maior do que realmente é”, diz Longo. "Nossos participantes saudáveis tinham uma imagem exata do seu próprio corpo. No entanto uma falsa percepção pode preponderar em algumas pessoas, levando a distorções da imagem corporal.”
Com essas conclusões, os pesquisadores sugerem que você não diga mais “conheço essa cidade como a palma da minha mão!”

terça-feira, 15 de junho de 2010

Um futuro brilhante começa na primeira infância


As bases de um futuro promissor são construídas até os 10 anos

Que mãe e pai não desejam para o filho um futuro brilhante, em que ele seja capaz de desenvolver as suas potencialidades e tornar-se um adulto bem-sucedido? O que poucos sabem, entretanto, é que as bases de um futuro promissor são construídas na primeira infância, até os dez anos de idade. Uma educação de qualidade nessa fase pode ser decisiva para propiciar o pleno desenvolvimento escolar e profissional do indivíduo.

Há evidências científicas de que é a partir de um ano e meio, dois de idade que se formam na criança habilidades que terão enorme influência sobre seu sucesso na vida: as capacidades cognitivas (relacionadas ao QI) e as não cognitivas (relacionadas ao autocontrole, à motivação e ao comportamento social). Oferecer os estímulos corretos nessa fase é dar início a um ciclo virtuoso de aprendizado, moldando habilidades que servirão de base para o surgimento de outras.

Estudos mostram que aprender toda uma gama de conhecimentos na primeira infância é bem mais rápido, econômico e eficiente do que depois. Por volta dos dez anos, as habilidades cognitivas já estão cristalizadas e se torna bem mais difícil desenvolvê-las. Não que seja impossível fazer isso, mas levará mais tempo, será mais caro e não necessariamente terá o mesmo efeito. É como a estrutura de um edifício. Tentar colocar um pilar com o prédio já pronto será um trabalho hercúleo e ainda corre-se o risco dele desabar.

Cada etapa do desenvolvimento é fundamental para a seguinte

É muito importante que a pessoa que cuide da criança conheça as dinâmicas do desenvolvimento infantil e possa exercer o papel de um bom educador. Além de ser uma fase muito rica e proveitosa para o aprendizado, cada etapa do desenvolvimento infantil é fundamental para a seguinte.

Mas o que é um bom educador? É aquele que sabe o que esperar da criança em cada idade. É aquele que ajuda a criança a vencer os estágios e a continuar o aprendizado de forma progressiva, sem frustrações que poderiam impedir um desenvolvimento normal. A vontade de acertar não basta. O bom educador conhece o que é normal e esperado em cada fase, sendo capaz de propor atividades e brincadeiras que correspondam aos seus interesses e necessidades.

Um bom colégio destaca-se pela forma como ensina. Não adianta despejar uma quantidade enorme de informações para uma criança que não é capaz de utilizá-la inteligentemente. A educação na primeira infância deve priorizar a forma com que as noções são ensinadas e não a quantidade de conhecimentos transmitidos.

Família e escola têm papéis diferentes e complementares durante o processo de educação da criança. Aos pais, vinculam-se aspectos ligados ao caráter, à personalidade, aos valores e à estrutura emocional. À escola cabe o estímulo ao desenvolvimento da inteligência, fornecendo condições para que o aluno descubra e conclua os conceitos e o conteúdo por si, capacitando-o a resolver problemas. Quanto maior a qualidade dos estímulos que a criança recebe tanto da família quanto da escola, melhor ela estará preparada para desenvolver seus potenciais e conquistar o futuro brilhante que todos os pais desejam para os filhos.

Vivien Santa Maria – Psicóloga (UFRJ) e Pedagoga (PUC-RJ), fundou e dirige a Escola Pólen há 33 anos com base na teoria piagetiana. Ministrou cursos sobre Piaget na Educação e sobre crianças com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade e Distúrbio de Déficit de Atenção em sala de aula.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Falta de acesso a ensino prejudica progresso de superdotados

 

Em cinco anos a quantidade de pessoas com alto potencial intelectual aumentou de 1.000 para 5,6 mil
Em cinco anos a quantidade de pessoas com alto potencial intelectual aumentou de 1.000 para 5,6 mil

Mesmo com o crescimento de superdotados no país, o acesso ao ensino especial ainda é limitado. Em cinco anos a quantidade de pessoas com alto potencial intelectual aumentou de 1.000 para 5,6 mil em cinco anos, porém apenas uma pequena parcela se beneficia com o atendimento devido, garantido por lei.

De acordo com dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), uma média de 1,5 a 2,5 milhões de alunos no Brasil desenvolvem habilidades com alto potencial em alguma área do conhecimento. E para que seja estimulada esta capacidade o Conselho Nacional de Educação (CNE) determina que tais alunos tenham o respaldo de complementar em unidades de atendimento especializado.

No entanto, especialistas alertam que a falta de informação por parte de educadores e a estrutura precária das instituições de ensino público impedem o desenvolvimento do trabalho com grandes talentos. Um dos principais problemas no caso é a dificuldade em identificar as pessoas com estes potenciais, pois não somente alunos com alto nível de desempenho escolar são considerados superdotados.

Segundo a pedagoga e tutora do Portal Educação, Emileide L. da Costa, a falta de informações na escola e na sociedade sobre a superdotação é um dos fatores que atrasa a evolução de grandes potenciais. “Os educadores devem estar atentos a tudo que passa em sala de aula, pois a falta de assistência devida às pessoas que precisam de apoio é prejudicial ao aluno e à sociedade”, diz a tutora.

terça-feira, 8 de junho de 2010

Estudo da USP relaciona audição e aprendizagem

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Uma avaliação auditiva em 25crianças com idade entre 8 e 14 anos, com queixa de dificuldade na aprendizagem de leitura e escrita, mostrou que elas apresentam ondas — registros da atividade do sistema nervoso auditivo — menores e mais lentas do que o esperado, em relação àquelas sem dificuldades. As ondas das crianças com dificuldade de aprendizado são de menor amplitude e demoram mais para aparecer depois de emitido o som, do que o padrão de amplitude e tamanho de onda considerados normais. Essa alteração, segundo a autora da pesquisa, a fonoaudióloga Ana Claudia de Figueiredo Frizzo, pode não repercutir na acuidade, ou seja, na quantidade auditiva, mas sim na qualidade daquilo que ela escuta.

Ainda, segundo Ana Claudia, essa pode ser mais uma explicação para as dificuldades de aprendizado e que levam as crianças a não acompanharem as atividades escolares. Em geral, aquelas com dificuldades de aprendizagem seguem a vida acadêmica com atraso em relação às sem transtorno e não desenvolvem o aprendizado esperado para a idade cronológica. “Isso acontece porque para aprender a ler e escrever, a criança precisa associar o desenho das letras aos sons que elas têm e por isso precisam de uma boa percepção auditiva”, analisa Ana Claudia.

Para a orientadora da pesquisa, a professora Carolina Araujo Rodrigues Funayama, do Departamento de Neurociências e Ciências do Comportamento da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP) da USP, esses resultados mostram que existe uma falha no sistema nervoso auditivo, no processamento daquilo que se escuta.

Carolina diz que esse potencial auditivo ainda se encontra em estudo quanto às repercussões de suas alterações sobre a aprendizagem. “Não há ainda clareza quanto a sua relação com as diversas áreas, como desenvolvimento de funções sensório-motoras e cognitivas, pois esse é o primeiro registro brasileiro sobre esta alteração. Ainda se trata de um achado que precisa ser aplicado em número maior de casos e depois avaliado quanto à utilidade como exame na população de crianças com essas características.”

São vários os fatores relacionados às dificuldades de aprendizagem, entre eles os biológicos como, por exemplo, a exposição do feto ao álcool e outras drogas, às infecções, a deficiência mental de causas genéticas, os distúrbios específicos de linguagem, e as psicopatologias orgânicas como os distúrbios do desenvolvimento da comunicação e social como ocorre ao autismo; e as de causa psicológica, que podem ter origem na família ou escola. “Nessa pesquisa foram excluídos esses fatores, incluindo-se apenas crianças sem causa definida”, diz Carolina.

Testes eletrofisiológicos

Foram feitos testes eletrofisiológicos, semelhante ao eletroencefalograma, que registra os impulsos elétricos no cérebro. Foi avaliado o potencial auditivo de média latência, ou seja, a transmissão dos sinais até as áreas de recepção do córtex cerebral, onde é processada a linguagem, percepção, emoção, cognição, memória. Nesses testes, foi apresentado um som para a criança, ao mesmo tempo em que foram colocados eletrodos sobre a superfície da pele na orelha e na cabeça para medir a atividade cerebral resultante da estimulação sonora. Foram emitidos registros por meio de ondas que permitiram avaliar a percepção auditiva das crianças.

O diagnóstico dos transtornos de aprendizagem foi interdisciplinar e necessitou de avaliação e de parecer de médico neurologista, psicólogo e fonoaudiológico. Fizeram parte da pesquisa crianças atendidas no Ambulatório de Distúrbios do Comportamento e Atenção do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP). “Foram três anos de estudos e os resultados abrem perspectivas para novas investigações em fonoaudiologia, na área de percepção auditiva em crianças com inabilidades escolares”, diz Ana Cláudia, lembrando que, desde 1995, estudos internacionais já haviam relacionado que crianças com distúrbios de aprendizado escolar apresentam formas de ondas diferentes. “Apesar de terem sido realizados em crianças que falavam e escreviam em língua diferente os resultados dessa pesquisa foram bem semelhantes àqueles obtidos em centros de pesquisa no exterior.”

A pesquisadora sugere que sejam realizados outros estudos em crianças com transtornos de aprendizagem escolar, especialmente em âmbito nacional para possibilitar comparações com seus resultados. “Familiares e professores devem estar atentos aos atrasos das crianças em idade escolar e em caso de dificuldade dirigir estas crianças à profissionais da área de saúde como neurologistas, fonoaudiológicos e psicólogos”, conclui Ana Cláudia.

Segundo a professora Carolina, em outras abordagens, especialmente neuroimagens funcionais, já existem trabalhos observando que processos de estimulação podem auxiliar na melhoria funcional de áreas afetadas.

No Brasil, acredita-se que cerca de 60% das crianças de 4.ª série não apresentam competências para a aquisição da leitura e escrita e a taxa de crianças que permanecem não alfabetizadas neste período é de aproximadamente 20%, segundo dados de 2003 do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP). Essas dificuldades vão desde incapacidade total de leitura até dificuldade de interpretação do texto lido e acarretam prejuízo no desenvolvimento escolar.

Os resultados da pesquisa são do doutorado de Ana Claudia, Avaliação eletrofisiológica da audição em crianças com transtornos de aprendizagem escolar, defendido na FMRP, no início de março.

Fonte: Agência USP

Publicado em: 04/06/2010

domingo, 6 de junho de 2010

III Conferência Nacional do Esporte

06/05/2010 14h00 - Conferência Nacional do Esporte aprova a Carta de Brasília

Os participantes da III Conferência Nacional do Esporte aprovaram neste domingo (6) a Carta de Brasília, que sintetiza as ações e metas do segmento para os próximos dez anos.
Reunidos em Brasília de 3 a 6 de junho, os conferencistas debateram 10 eixos temáticos que regem o esporte brasileiro. Todas as propostas foram discutidas em grupos de trabalho e aprovadas na plenária final, ocorrida no sábado (5) à tarde e na manhã deste domingo.
A Conferência teve etapas municipais, estaduais regionais e livres em todos os estados e no Distrito Federal.
Veja a íntegra da Carta de Brasília:
Por um time chamado Brasil!
Esta III Conferência Nacional do Esporte, a maior já realizada no segmento, expressou a inteligência coletiva e foi o ápice de um processo de consolidação de importantes consensos iniciado em sua primeira edição, em 2004, e mantido na segunda conferência, em 2006. A primeira definiu os fundamentos da Política Nacional do Esporte com foco no desenvolvimento humano; a segunda propôs uma nova estrutura para o Sistema Nacional de Esporte e Lazer e teve como marco a conquista da Lei de Incentivo ao Esporte.
A III Conferência consolida as conquistas anteriores e avança para a efetivação do esporte como direito social, conforme preceitua a Constituição Federal, que também determina que cabe ao Estado oferecê-lo como política pública. Esta Conferência ocorre em um momento especial para o nosso país.
O povo brasileiro já deu inúmeras provas de sua genialidade e criatividade ao superar barreiras na história e ocupar espaços internacionais nas artes, nas ciências, na tecnologia de ponta, nas questões ambientais, na gastronomia, nas comunicações, nas políticas públicas de saúde e de educação, na indústria, sobretudo a de petróleo, petroquímica e de biocombustíveis.
No campo esportivo, a comunidade internacional, sob diversos ângulos, volta seus olhos para o Brasil. Os Jogos Pan-americanos e Parapan-americanos de 2007, os Jogos Mundiais Militares de 2011, a Copa do Mundo em 2014 e os Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de 2016 são símbolos desse novo olhar do mundo sobre o nosso país.
O momento abre novas oportunidades para o esporte brasileiro. E isso só é viável porque o Brasil passa por um momento raro de distribuição de renda e combate à pobreza; trilha um caminho de crescimento e de estabilidade econômica, de confiança para investimentos, de ampla democracia e incontestável reconhecimento da comunidade internacional.
O esporte faz parte deste cenário promissor, como demonstra a participação inédita de 220 mil brasileiros e brasileiras de 3.112 municípios de todas as unidades da federação para debater o Plano Decenal proposto para esta III Conferência Nacional do Esporte. A comunidade esportiva nacional compreendeu o chamamento à discussão dos desafios para os próximos dez anos.
Aqui reunidos – mulheres e homens de todas as gerações, negros, indígenas, ribeirinhos, quilombolas, trabalhadores, pessoas com deficiências e com mobilidade reduzida, idosos, estudantes, professores de educação física e de outras áreas, atletas, técnicos, dirigentes e gestores esportivos –, todos construindo o Plano Decenal de Esporte e Lazer que será um poderoso instrumento de mobilização da comunidade esportiva e – temos convicção – se converterá em lei no Congresso Nacional para ratificar o anseio da sociedade brasileira.
Aprovamos o Plano Decenal de Esporte e Lazer “10 pontos em 10 anos para projetar o Brasil entre os 10 mais” que ratifica a necessidade de um Sistema Nacional de Esporte e Lazer lastreado em recursos que tornem sustentável um projeto de longo prazo.
Significa também promover a inclusão social e o desenvolvimento humano por meio de programas socioesportivos; institucionalizar o esporte educacional; atingir resultados inéditos nas competições e assim projetar o Brasil no ranking do alto rendimento; incrementar nossa infraestrutura esportiva; modernizar e valorizar o futebol como identidade cultural do Brasil; ampliar o leque de modalidades para diversificar a prática esportiva no país; qualificar a gestão do esporte e do lazer; e aproveitar o potencial econômico-social dos grandes eventos, porque eles contribuem com o projeto de desenvolvimento nacional gerando milhões de empregos, aumentando a renda do trabalhador e propiciando o renascimento de áreas urbanas, a melhoria da qualidade de vida, a oferta de perspectivas à juventude e o fortalecimento do respeito do mundo por nossa pátria.
O Plano Decenal ganha força a partir da valorização do trabalhador da área, especialmente o profissional de educação física, garantindo postos de trabalho; estabelecendo a criação de políticas de formação continuada e permanente, de desenvolvimento científico e tecnológico e de acompanhamento e avaliação dos programas, resultando na profissionalização cada vez maior da política esportiva no país.
Esse conjunto de ações e metas consolida os programas sociais de esporte e lazer do Ministério do Esporte como política de Estado e avança rumo à universalização do acesso ao esporte e ao lazer como direito de todos os cidadãos brasileiros.
O esporte nos ensina que as vitórias são fruto de construções coletivas, de ideias amadurecidas, de planejamento contínuo, de papéis definidos, de metas objetivas, de gestão eficiente, de políticas amplas.
Se os desafios são enormes, maior é a nossa capacidade e espírito de luta. Reunidos no cinquentenário de nossa capital, nós, delegados, delegadas e participantes da III Conferência Nacional do Esporte, somos inspirados pelo sonho da construção de Brasília, forjada em concreto, feita de poesia, sacrifício e trabalho de brasileiros de todas as partes. Com esse exemplo, fortalecemos nossa determinação de construir uma nova década em que o esporte e o lazer sejam vividos pela população como direitos. Queremos todo o povo jogando, torcendo e brilhando, vestido com a camisa desse time chamado Brasil.
Brasília, 6 de junho de 2010

Cresce nº de alunos superdotados, mas acesso a ensino continua restrito

Registros no MEC passaram de mil para 5,6 mil em 5 anos, mas a OMS estima que o País tenha até 2,5 milhões de estudantes com altas habilidades. Falta de informação e estrutura precária da rede educacional impedem desenvolvimento de talentos

Bruno Boghossian - O Estado de S.Paulo

RIO

Apesar de o número de alunos superdotados registrados pelo Ministério da Educação (MEC) ter quintuplicado em cinco anos, passando de cerca de mil para 5,6 mil, apenas uma pequena parcela da população com esse potencial tem acesso ao atendimento especial, garantido por lei. A Organização Mundial da Saúde estima que entre 1,5 milhão e 2,5 milhões de alunos no País tenham altas habilidades em alguma área do conhecimento.

"O aumento do número de registros indica que mais alunos estão tendo acesso a condições melhores de atendimento e estimulação. No entanto, os dados mostram que os jovens com altas habilidades no Brasil não estão sendo identificados", afirma Bárbara Delpretto, da Secretaria de Educação Especial do MEC.

Uma resolução do Conselho Nacional de Educação determina que todo aluno com esse potencial tenha acesso a uma formação complementar em unidades de atendimento especializado, seja em instituições pública, particular ou filantrópica.

Educadores alertam que a falta de informação dos professores e a estrutura precária da rede pública de ensino formam barreiras que impedem o desenvolvimento de grandes talentos.

Uma das principais dificuldades é a identificação desses potenciais, uma vez que não só alunos com ótimo desempenho escolar são considerados superdotados. "A superdotação pode aparecer em qualquer área da habilidade humana ? desde o raciocínio abstrato mais complexo até o trabalho artesanal mais rústico", explica a doutora em Educação pela Universidade Federal Fluminense Cristina Delou. "O professor deve estar atento para identificar características como criatividade, raciocínio lógico e capacidade de aprendizagem, não só o desempenho escolar."

Atenção especial. Garantir atenção especial pode contribuir para o desenvolvimento dos talentos dos superdotados. Alunos com capacidades de raciocínio fora do comum e gosto pela matemática, por exemplo, podem ser encaminhados a cursos em instituições de ensino superior para terem contato com conteúdos mais avançados. Aulas de piano são indicadas para crianças com alta sensibilidade musical e a prática de esportes, para desenvolver a inteligência sinestésico-corporal.

"O atendimento especializado é um acompanhamento para que a criança possa desenvolver a área em que tem maior destaque e interesse, além de solucionar dificuldades naquelas em que não se destaca", diz a presidente do Conselho Brasileiro de Superdotação, Susana Pérez.

Ignorar esses potenciais, além de representar desperdício de talento e até de mão de obra especializada, pode desestimular a formação tradicional do aluno na sala de aula comum.

"Os alunos que se destacam não conseguem avançar em seu próprio ritmo porque há uma série de colegas que seguem mais lentamente", explica Cristina. "Muitas vezes, o superdotado fica entediado, perde o interesse, se desmotiva e até abandona as aulas."

De acordo com educadores, alunos superdotados de escolas particulares têm mais chance de receber atenção especial se apresentarem sucesso em áreas do conhecimento acadêmico, como bom desempenho em provas e concursos.

"Os colégios, em geral, não valorizam os atletas, os músicos e os líderes. Às vezes, se tornam até um tormento, porque a direção não gosta do movimento que eles lideram ou não tem um programa de esportes", avalia Cristina. No caso de outras habilidades, como as artes, os pais podem procurar atividades extra-classe para estimular os potenciais dos filhos.

Já na rede pública, os alunos podem ser atendidos em centros especializados ou salas de recursos multifuncionais, mas nem sempre esses espaços estão disponíveis ou têm vagas para todos. "As escolas públicas sofrem com outras questões que as ocupam de modo intenso. Não há salas ou material apropriado para o atendimento especializado ? e o aluno superdotado não aceita qualquer tipo de material. Ele quer mais", diz Cristina.

sábado, 5 de junho de 2010

Atividade física diminui velocidade do envelhecimento


Patricia Zwipp

Getty Images

Atividade física faz com que as pessoas se sintam mais dispostas e ajuda a controlar o peso.

 

 

 

Atividade física faz com que as pessoas se sintam mais dispostas, ajuda a controlar o peso, colabora com a saúde. E a lista de benefícios aumentou. Segundo pesquisadores da Universidade da Califórnia em São Francisco, Estados Unidos, tende ainda a reduzir a velocidade do processo de envelhecimento.

A ginástica traz níveis crescentes da enzima telomerase, responsável por adicionar uma repetição de DNA nos telômeros (sequências de DNA situadas em cada ponta dos cromossomos relacionadas à reposição celular) e, assim, restaurar a capacidade de multiplicação celular e retardar o envelhecimento dos tecidos. Durante os anos, a função da telomerase declina e os telômeros se encurtam.

Os cientistas analisaram 62 mulheres na pós-menopausa, sendo que muitas delas cuidavam de parceiros ou pais com demência. Elas tiveram de relatar quantos minutos de atividade vigorosa (com aumento da frequência cardíaca e/ou da transpiração) fizeram por dia e quão estressadas se sentiam, além de fornecer amostras de sangue para que a equipe medisse o comprimento dos telômeros.

De acordo com o jornal Daily Mail, a conclusão é que um período de cerca de 15 minutos diários destinados a suar a camisa conseguiu parar a diminuição das sequências de DNA situadas em cada ponta dos cromossomos. Fora isso, exercitar-se vigorosamente por 42 minutos ao longo de três dias também protegeu o comprimento dos telômeros.

Os resultados mostram que estresse psicológico promove envelhecimento de células por meio do encurtamento dos telômeros e que até as mulheres muito estressadas foram capazes de bloquear o processo ao afastar o sedentarismo.

Especial para Terra

Anorexia e o cérebro

Temos uma notícia boa e uma ruim, qual você quer ouvir primeiro? A ruim? Então lá vai: a anorexia causa diminuição do cérebro. A boa? Isso é reversível.

Para quem sempre esteve de bem com o prato e com a balança, sem preocupações, a anorexia é uma famosa disfunção alimentar do século XXI, na qual a pessoa come menos do que o necessário para ser saudável, por pensar estar acima do peso. As consequências desse problema vão além do sistema digestivo: depressão, problemas nos dentes, diminuição da libido, problemas de crescimento e, sim, danos à massa cinzenta.

Mas um estudo da Universidade Yale descobriu que esses danos são reversíveis. Eles acompanharam pessoas que haviam se curado da anorexia um ano antes, e todos os problemas neurais decorrentes da anorexia tinham sido reparados. Eles compararam 32 mulheres anoréxicas com 21 saudáveis, das quais tiraram ressonâncias magnéticas. As 32 anoréxicas iniciaram um tratamento para ganhar peso durante um mês, e o volume da massa cinzenta foi subindo ao longo dos meses, até se estabilizar em níveis quase normais. O volume médio de massa cinzenta de um adulto é saudável é 680 ml. No início do tratamento, as anoréxicas apresentavam 648 ml. Depois de um mês, a média subiu para 663 ml.

Em tempo: a massa cinzenta fica na superfície do cérebro (o córtex), e não deve ser confundida com a massa branca, que, grosso modo, é o cérebro “propriamente dito”. Mesmo assim, estudos mostram que há também diminuição real no tamanho do cérebro em casos avançados de anorexia. Mas aí já é outra história… [Live Science]

Teste pode detectar o autismo precocemente

 

Efe - O Estado de S.Paulo

SAÚDE
Um simples teste de urina pode identificar alterações digestivas típicas de portadores de autismo e permitir o diagnóstico precoce, segundo pesquisa da revista Proteome Research. O autismo costuma permanecer irreconhecível até estágios avançados, quando é tarde para ser tratado. Mas, segundo o estudo, os portadores têm uma bactéria nos intestinos que pode ser detectada no exame, antes que apareçam os primeiros sintomas. Isso permitiria terapias comportamentais avançadas desde o início do desenvolvimento. /

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Bactérias do solo podem melhorar aprendizagem

Technorati Marcas:

Contacto com organismo unicelular que se encontra na Natureza pode reduzir a ansiedade

2010-06-01

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Exposição ao ar livre facilita contacto com bactéria

Exposição ao ar livre facilita contacto com bactéria

Uma nova investigação sugere que existem bactérias no solo que podem facilitar os mecanismos de aprendizagem. Os resultados do estudo, liderado po Dorothy Matthews, do Sage Colleges de Troy, em Nova Iorque, foram apresentados no encontro anual da American Society for Microbiology, em San Diego, nos Estados Unidos.
Os investigadores analisaram a Mycobacterium vaccae, um tipo de bactéria que se encontra no solo e que é, normalmente, ingerida ou inalada quando as pessoas estão em contacto com a natureza.

Estudos anteriores já tinham sugerido que, quando a bactéria morria por calor e era injectada em ratinhos, conduzia a um aumento dos níveis do neurotransmissor serotonina e a uma redução dos níveis de ansiedade.

Sabendo que os níveis de serotonina estão associados à aprendizagem, os cientistas decidiram alimentar os ratinhos com bactérias vivas para ver se aprendiam melhor os meandros do labirinto do que um grupo de controlo composto por ratinhos que não recebiam o suplemento bacteriano.
Menor ansiedade

Após a realização dos testes, os investigadores constataram que, relativamente aos animais do grupo de controlo, os ratinhos que ingeriram as bactérias percorriam o labirinto duas vezes mais rapidamente e demonstravam menos ansiedade.

Efeitos da mycobacterium vaccae permanecem até três semanas

Efeitos da mycobacterium vaccae permanecem até três semanas

Os efeitos da ingestão da bactéria permaneceram até três semanas após a suspensão do suplemento bacteriano.

Os cientistas assinalaram que os resultados indicam que as bactérias"podem ter um papel importante na ansiedade e na aprendizagem dos mamíferos" e sugeriram que se crie um ambiente de aprendizagem nas escolas que inclua tempo ao ar livre, onde a exposição à bactéria acontece facilmente.