sábado, 19 de junho de 2010

Estudo mostra que não temos consciência da proporção de nosso corpo

por Katherine Harmon

O cérebro, por exemplo, percebe as mãos mais curtas do que realmente são

Você conhece algo como a palma de sua mão?

Para se dar bem na vida, as pessoas precisam ter um bom senso do espaço que seu corpo ocupa. Essa noção de espaço nos ajuda a coordenar nossas atividades, como jogar futebol ou brincar com um carrinho de controle remoto. Mas isso não significa que nosso cérebro tem um senso perfeito de proporções do nosso corpo. Um novo estudo descobriu que as pessoas tendem a ser imprecisas nas proporções das próprias mãos.
Quando pesquisadores pediram para voluntários de um estudo para estimar onde as pontas dos dedos encostariam, todos erraram, supondo que suas mãos eram mais curtas do que realmente são. Os resultados fazem parte do estudo conduzido por Mateus Longo, do Instituto de Neurociência Cognitiva da University College London publicado no dia 14 de junho na National Academy of Sciences.
Ele e o coautor do estudo, Patrick Haggard, realizaram uma experiência em que o voluntário deveria colocar sua mão esquerda sobre uma plataforma iluminada, mas com suas mãos no escuro. Em média, os voluntários acharam que suas mãos eram 27,9% menores do que realmente são.
Em outro teste, exibiram aos voluntários diversas fotografias de mãos, pedindo que identificassem qual era a sua. "Conhecemos realmente nossa mão e os participantes foram precisos em escolher a fotografia da própria mão”, disse Longo. "Temos claramente uma imagem consciente do corpo, mas ela não parece ser usada para o senso de posição do corpo”.
Os pesquisadores especularam que essas desproporções podem ocorrer em outras partes do corpo também. "Esses resultados podem ser relevantes para condições psiquiátricas envolvendo a imagem corporal, como anorexia, por exemplo, quando a pessoa pensa que seu corpo é maior do que realmente é”, diz Longo. "Nossos participantes saudáveis tinham uma imagem exata do seu próprio corpo. No entanto uma falsa percepção pode preponderar em algumas pessoas, levando a distorções da imagem corporal.”
Com essas conclusões, os pesquisadores sugerem que você não diga mais “conheço essa cidade como a palma da minha mão!”

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