Por Celso Roberti
Não, m-learning não é um ensino muito ruim ;-) ... é uma sigla para Mobile Learning. Tentando simplificar, é um conceito para a aprendizagem com uso de dispositivos móveis e uso de redes sem fio (wi-fi ou telefonia celular).
Sem dúvida, podemos pensar que um notebook é um dispositivo que se encaixa nessas características e, sendo este similar a um computador, não estaríamos falando em nada diferente do que o e-learning propriamente dito, ou ensino mediado por computador.
Mas o m-learning remete para o uso de dispositivos menores, de mais fácil manipulação, transporte e, principalmente, menor custo. Falamos aqui de celulares (smartphones), tablets (palavra estranha, mas essa é a designação do já famoso iPad) chegando até os netbooks.
Acredita-se hoje que a inclusão digital para países do porte do nosso acontecerá com o uso das redes de telefonia celular ou redes sem fio do tipo wi-fi. Os custos são menores do que a construção de uma malha física e o crescimento dessa base é rápido demais (terminamos agosto com cerca de 15 milhões de celulares acessando a Internet via tecnologia 3G e quase 190 milhões de celulares habilitados). E por que dedicar tempo a algo tão novo se mal conseguimos ter computadores nas escolas, principalmente públicas? Exatamente por isso!
Já existem faculdades nos Estados Unidos que brindam seus estudantes com um tablet com todo o conteúdo do ano, fazendo assim uma grande economia na distribuição de materiais. Faculdades no Brasil já planejam financiar netbooks aos seus alunos. Hoje um tablet simples chega à casa dos US$ 140,00 nos Estados Unidos, ou seja, um produto desse subsidiado, a que custo poderia chegar aos nossos alunos? Um pólo de uma faculdade poderia ter uma rede wi-fi para seus alunos e assim nem dependeria dos altos custos da telefonia celular. E mesmo essa pode ser trabalhada pelo governo para o acesso mais barato.
O uso do m-learning leva ao estudante o verdadeiro conceito de que a educação pode ocorrer em qualquer local, a qualquer hora. Acesso a conteúdo, testes, vídeos, além da possibilidade de troca de informações instantâneas, enriquece o processo de ensino-aprendizagem. Uso de pequenos espaços de tempo para reforço de aprendizagem pode ser de grande eficácia. Um modelo que permite uma maior interação do professor com o aluno, vital quando a presença física não acontece.
Foz do Iguaçu (PR), Parintins (AM), Ouro Preto (MG) são cidades que têm acesso a banda larga sem fio com o uso de uma tecnologia chamada WiMax. Cruzeiro do Sul (AC), Beberibe (CE), Sorriso (MT) são cidades onde a telefonia 3G já chegou e que também permite acesso a Internet via banda larga. São cidades onde um aluno poderia receber em casa um tablet com seu material e o utilizar por todo o ciclo de seu curso. Assim como estas, já são diversas espalhadas pelo nosso país.
E para pagar por isso? Há cinco anos estimava-se o gasto de R$ 11 mil por ano com um aluno do curso superior em uma instituição pública federal. Passando este a ser um aluno a distância, com certeza o custo de infraestrutura (uso de salas, laboratórios, biblioteca) diminui. Não conseguiríamos inserir um dispositivo móvel para que ele acompanhe seu curso? Tenho certeza que sim ;-) !
Celso Roberti
Celso trabalha com EAD (educação a distância) há dez anos. Matemático de formação e inquieto por natureza, já passou por empresas de tecnologia e educação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário